quinta-feira, 14 de março de 2013

Carta aberta de FECHAMENTO do NEPS

O NEPS (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Sexualidades – CNPJ 04.126.402/0001-98), localizado à Rua Orozimbo Leão de Carvalho, 383, Assis/SP, vem a público oficializar o encerramento de suas atividades. Infelizmente, os atuais membros não podem mais assumir as responsabilidades de mobilização social e não há mais pessoas interessadas para quem possamos transferir as obrigações do voluntariado.

Nesse sentido, só nos resta lamentar pelo ocorrido. Porém, não é só de tristeza que fechamos esse ciclo, mas também de reconhecimento e alegria pelo tempo vivido. Foram 12 anos de muitas atividades, intensas e produtivas parcerias com Secretarias Municipais de Saúde, de Educação, do Trabalho, da Justiça, Universidades e outras ONGs (Organizações Não Governamentais). Temos orgulho dessa história construída com perseverança, comprometimento e dedicação. Aprendemos muito com o voluntariado, com a solidariedade premente em nossas mentes e corações.

A luta pelos Direitos Humanos de todas as pessoas dissidentes das normativas sociais é um trabalho intenso e vagaroso. Nossa luta contra o poder do sistema que nos inflige modos homogêneos de ser e estar no mundo é retaliante e exaustiva. Porém, saber que produzimos momentos e experiências nas quais muitas pessoas aprenderam a se valorizar, a buscar para si mesmas oportunidades e realizar escolhas que as inserissem socialmente, evitando sua exclusão e vitimização, compensou toda a dor e agravos que enfrentamos.

Compreendemos que atualmente a mobilização social das pessoas que vivem à margem dos arbitrários padrões sociais de sexualidade, de gênero, de beleza, de corporalidade, de saúde, de educação, dentre outros, não parece mais ocorrer a partir da reunião entre iguais para a afirmação de suas diferenças.

Em 12 anos, o NEPS não foi a única ONG que encerrou suas atividades. Muitas outras seguiram o mesmo caminho. Desde que a AIDS passou a ser uma doença “controlada” (o que nos alegra muito), findou-se também o estímulo político-sócio-cultural de mobilização para os cuidados de si. De algum modo, o movimento social caminhou para grandes “congregações” visíveis nas inúmeras Conferências Nacionais ocorridas em Brasília, o que acabou por transformar o agrupamento das minorias em espetáculos corporativos. O movimento social organizado acreditou que realizando propostas de políticas públicas dirigidas aos segmentos específicos que defendiam, consegueriam (sem saber como), que estas propostas fossem um dia concretizadas em Projetos de Lei, Medidas Provisórias, enfim, realidades. Nada disso ocorreu. Ao contrário, no Brasil, no que diz respeito às ONGs de defesa de pessoas vivendo com HIV-Aids, de pessoas LGBT, de mulheres, para citar algumas, ocorreu uma verdadeira desmobilização, um dispersamento, um enfraquecimento. O saldo social foi negativo, na medida em que, não foi possível reverter o paradigma de construção da cidadania. As pessoas entenderam que “cuidar de si” é o mesmo que ser egoista, não pensar no outro. A solidariedade sucumbiu ao narcisismo da pós-modernidade que valoriza o EU como substrato essencialista e natural da condição social, da cultura, da economia. O EU é, hoje, uma mercadoria, um bem de consumo, um produto rentável.

Diante disso, não nos resta outra saída senão fecharmos nossas portas e agradecermos a todas e todos que junto a nós acreditaram que seria possível transformarmos nossos “Eus” em “Nós”, que seria possível construirmos uma vida coletiva, de trocas, de garantia de direitos sociais igualitários. Sinceramente, acreditamos que em alguns muitos momentos conseguimos fazer isso e levaremos conosco a lembrança destes dias, pois só estas experiências alegres poderão nos dar força para continuar.

A vocês, nosso muito obrigado.
NEPS – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Sexualidades.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Seminário discute Identidades Trans



Data: 14 de março de 2013 (quinta-feira)
Horário: 08h00 às 19h00
Local: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP SP
Endereço: Rua Arruda Alvim, 89, Jd. América, São Paulo, SP
O Seminário terá transmissão online pelo CRP Web TV 
  

As demandas de saúde de transexuais têm sido objeto de debates nos mais diversos fóruns, do movimento social à gestão pública, colocando o desafio de rever os atuais modelos de cuidado para atender as necessidades de saúde integral desta população, sem, contudo, patologizar as vivências trans. Por isso, o CFP e o CRP SP promovem o Seminário Identidades Trans e Políticas Públicas de Saúde: Contribuições da Psicologia. A atividade é fruto de um longo trabalho do Sistema Conselhos de Psicologia que, assumindo o compromisso de fomentar a construção de referências para a prática profissional dos (as) psicólogos (as), tem acompanhado as políticas públicas voltadas à população d e travestis e transexuais, estabelecendo intenso diálogo com profissionais, usuários (as), movimentos sociais e gestores (as) públicos. O Seminário acontece em 14 de março, a partir das 8h, no auditório da sede do CRP SP. Para aqueles (as) que não puderem acompanhar de forma presencial, a atividade terá transmissão ao vivo pelo CRP Web TV. As inscrições estão abertas. Saiba mais: http://www.crpsp.org.br/seminariotrans/

MulherArtes: Devires

Clinic@rte apresenta:

Mulherartes: mostra visual-poética em celebração ao Dia internacional da Mulher.

por Melina Garcia Gorjon


O dia da mulher pode ser considerado uma conquista, um direito, uma homenagem, porém, nas entrelinhas percebemos que comemorar o dia da mulher pode ser uma afirmação de sua opressão. Não só pela intenção de se criar uma data e consequentemente uma identidade, mas também por que nesse dia afirmamos a opressão dizendo como uma mulher deve circular no mundo, dizendo o que é feminino, idolatrando mães e condenando putas. Por isso preferimos mostrar mulheres que estão além de qualquer adorno que lhes são dados, elas estão aqui pelo modo de existência singular que se afirma na diferença tornando a simples exposição de seus corpos um ato político.
Os gritos ecoam pelos séculos e se esbarram nessas imagens, chocam-se e se apresentam nesses corpos. Reivindicamos nessa mostra visual o direito de voz das minorias. Mulheres são uma multidão de minorias profanas, elas sinalizam a fuga dos estereótipos. Mulheres ideais são meros rabiscos em poemas românticos, preparadas em formas e já nascendo com um caminho dado de atuação coadjuvante. Fortalecemos o direito do domínio de seus próprios corpos, de suas ações e de seus caminhos. Cada rosto presente nesta mostra carrega um olhar que escapa das identidades e a qualquer categorização de sexo, gênero e práticas sexuais. Dizer-se mulher é um ato político quando se está atuando na fronteira dos padrões convencionais. Cada corpo exposto nessas imagens tem marcas fortes e eternas, contudo, este corpo não se prende a essas marcas para uma existência fixa e sim se integra na sua história e permite um corpo em trânsito. O desvio nos atraí assim como o profano, posto que, desmistificam as verdades sociais, religiosas, biológicas e culturais. Ser uma mulher "desviada" é ser uma multidão que transborda e não cabe em nenhum molde de mulher.

Período: de 08/03/2013 a 17/03/2013

Local: Saguão do Prédio I da UNESP, Campus de Assis, SP

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

CINE DEBATE FESTA

DIA 20 de agosto de 2011
às 19h00
Local: Sede do NEPS no centro de Assis
Rua Orozimbo Leão de Carvalho, 383 (em cima do Butinão Calçados)

Evento gratuito!!!


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Câmpus de Assis instaura processo disciplinar sobre fatos relacionados a estudantes

Reitoria e Faculdade de Ciências e Letras divulgam nota à imprensa a respeito do caso
26/10/2010
Nota à Imprensa

A Diretoria da Faculdade de Ciências e Letras, do Câmpus de Assis da Unesp, decidiu instaurar processo disciplinar para que sejam tomadas as medidas cabíveis em relação a fatos que teriam envolvido membros de seu corpo discente em jogos organizados por entidades estudantis. A medida será oficializada ainda nesta semana, com a colaboração da Assessoria Jurídica da Reitoria.

A Unesp repudia práticas de desrespeito entre membros de sua comunidade, mas, a fim de assegurar o cumprimento da lei e das disposições do Estatuto da Universidade, inclusive no que se refere à preservação do direito de defesa dos envolvidos, a Administração não se pronuncia sobre procedimentos administrativos desse tipo durante o andamento de seus trabalhos.

Assessoria de Comunicação e Imprensa
Unesp – Universidade Estadual Paulista

Originalmente publicado em: http://unesp.br/int_noticia_sem_img.php?artigo=6144

Carta aberta da ABGLT as candidaturas presidenciais de Dilma Roussef e José Serra

Prezada Dilma e Prezado Serra,

A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, é uma entidade que congrega 237 organizações da sociedade civil em todos Estados do Brasil. Tem como missão a promoção da cidadania e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.

Assim sendo, nos dirigimos a ambas as candidaturas à Presidência da República para pedir respeito: respeito à democracia, respeito à cidadania de todos e de todas, respeito à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa.

Respeito aos direitos humanos e, principalmente, respeito à laicidade do Estado, à separação entre religião e esfera pública, e à garantia da divisão dos Poderes, de tal modo que o Executivo não interfira no Legislativo ou Judiciário, e vice-versa, conforme estabelece o artigo 2º da Constituição Federal: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Nos últimos dias, temos assistido, perplexos, à instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral.

Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial.

O Estado brasileiro é laico. O avanço da democracia brasileira é que tem nos permitido pautar, nos últimos anos, os direitos civis dos homossexuais e combater a homofobia. Também tem nos permitido realizar a promoção da autonomia das mulheres e combater o machismo, entre os demais avanços alcançados. O progresso não pode parar.

Por isso, causa extrema preocupação constatar a tentativa de utilização da fé de milhões de brasileiros e brasileiras para influir no resultado das eleições presidenciais que vivenciamos. Nos últimos dias, ficou clara a inescrupulosa disposição de determinados grupos conservadores da sociedade a disseminar o ódio na política em nome de supostos valores religiosos. Não podemos aceitar esta tentativa de utilização do medo como orientador de nossos processos políticos. Não podemos aceitar que nosso processo eleitoral seja confundido com uma escolha de posicionamentos religiosos de candidatos e eleitores. Não podemos aceitar que estimulem o ódio entre nosso povo.

O que o movimento LGBT e o movimento de mulheres defendem é apenas e tão somente o respeito à democracia, aos direitos civis, à autonomia individual. Queremos ter o direito à igualdade proclamada pela Constituição Federal, queremos ter nossos direitos civis, queremos o reconhecimento dos nossos direitos humanos. Nossa pauta passa, portanto, entre outras questões, pelo imediato reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e pela criminalização da discriminação e da violência homofóbica.

Cara Dilma e Caro Serra

Por favor, voltem a conduzir o debate para o campo das ideias e do confronto programático, sem ataques pessoais, sem alimentar intrigas e boatos.

Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (e entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública.

Candidato Serra: o senhor, como ministro da saúde, implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS. Aquele governo federal que o senhor integrou também elaborou os Programas Nacionais de Direitos Humanos I e II, que já contemplavam questões dos direitos humanos das pessoas LGBT. Como prefeito e governador, o senhor criou as Coordenadorias da Diversidade Sexual, esteve na Parada LGBT de São Paulo e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT.

Candidata Dilma: a senhora ajudou a coordenar o governo que mais fez pela população LGBT, que criou o programa Brasil sem Homofobia, e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, com diversas ações. A senhora assinou, junto com o presidente Lula, o decreto de Convocação da I Conferência LGBT do mundo. A senhora já disse, inúmeras vezes, que o aborto é uma questão de saúde pública e não uma questão de polícia.

Portanto, candidatos, não maculem suas biografias e trajetórias. Não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo.

A ABGLT acredita na democracia, e num país onde caibam todos seus 190 milhões de habitantes e não apenas a parcela que quer impor suas ideias baseadas numa única visão de mundo. Vivemos num país da diversidade e da pluralidade.

É hora de retomar o debate de propostas para políticas de governo e de Estado, que possam contribuir para o avanço da nação brasileira, incluindo a segurança pública, a educação, a saúde, a cultura, o emprego, a distribuição de renda, a economia, o acesso a políticas públicas para todos e todas!


Eleições 2010, segundo turno, em 15 de outubro de 2010.

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

Convite: Comitê Brasileiro da IDAHO

Como todos e todas sabem, o dia 17 de maio é o Dia Internacional Contra a Homofobia. É o dia em que a Assembleia Mundial da Saúde retirou o código 302.0, que classificava a homossexualidade como doença.

Existe uma organização internacional, chamada “International Day against Homophobia and Transphobia – IDAHO” (Dia Internacional contra Homofobia e Transfobia), que trabalha para promover a comemoração do Dia 17 de Maio e o combate à homofobia* e à transfobia.

Por idealização de Louis-Georges Tin (fundador da IDAHO) e outros integrantes da organização, foi criado um Comitê Internacional da IDAHO, que fui convidado a integrar.

Em reunião regional da IDAHO realizado no Peru no mês maio deste ano, foi deliberado que devemos incentivar a criação de Comitês Nacionais da IDAHO, para planejar ações nos países, estados e municípios para promover a comemoração do Dia 17 de Maio em parceria com as redes nacionais.

Mesmo sem ter um Comitê, o Brasil começou há vários anos a fazer atividades para marcar o Dia 17 de Maio, e agora surgiu a oportunidade de agir de uma forma unificada com outros países da região e do mundo inteiro.

Neste sentido, eu gostaria de convidar para participar do Comitê Brasileiro da IDAHO pessoas que organizaram eventos do Dia 17 de Maio em anos anteriores, pessoas que queiram organizar eventos em relação a essa data no ano 2011em diante, e todo mundo que tenha interesse em colaborar com esta iniciativa. A ideia é compor um grupo intersetorial. Podem ser pessoas que trabalham no governo, da sociedade civil, sindicatos, academia, conselhos profissionas...

Caso tenha interesse, solicito que entrem no ggrupo abaixo para iniciarmos as discussões sobre o Comitê Brasileiro da IDAHO

Entrar no grupo: idahocontrahomofobia-subscribe@yahoogrupos.com.br

Enviar mensagem: idahocontrahomofobia@yahoogrupos.com.br



Um abraço.

Toni


Saiba mais sobre a IDAHO através do site http://www.dayagainsthomophobia.org/


Sobre o Comitê Internacional da IDAHO:

O Comitê Internacional da IDAHO foi criado pelos fundadores da organização Dia Internacional contra Homofobia e Transfobia (International Day against Homophobia and Transphobia – IDAHO).

A meta do Comitê Internacional é fazer com que o Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia seja uma ocasião de sensibilização e mobilização mundial, e um espaço efetivo para a atuação de ativistas em todos os níveis.

Trabalhamos o ano todo para divulgar o Dia e incentivar a realização de atividades em todos os níveis.

Trabalhamos para aumentar o peso político do Dia e sua capacidade de atrair a atenção da mídia e dos formuladores de políticas, tornando público o reconhecimento dado ao Dia por atores governamentais, destacando a abrangência e a diversidade que caracterizam a mobilização em prol do Dia.

Incentivamos organizações locais a desenvolverem estratégias de advocacy, sensibilização e campanhas junto à população em relação ao Dia.

Aproveitamos o interesse no Dia por parte da mídia e dos formuladores de políticas para : difundir mensagens contra a homofobia e transfobia por meio de campanhas envolvendo, por exemplo, projetos de vídeos, colaboração com artistas, etc... e desenvolver iniciativas internacionais envolvendo campanhas voltadas para temas específicos.

A importância das mobilizações do Dia 17 de Maio:

Em 2008, atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo eram passíveis de pena de morte em 7 países, e considerados crime em mais outros 80 países. Na maioria dos países, as pessoas da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, transexuais, intersex, queer... vêm tendo negados seus direitos humanos fundamentais, conforme definidos, entre outros, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

O Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia foi lançado com o intuito de criar uma comunidade mundial de ativistas e pessoas comprometidas, compartilhando o ideal de um mundo sem homofobia ou transfobia, no qual todos e todas possam viver livremente sua orientação sexual e identidade de gênero.


* Há uma tendência em alguns países de considerar que o termo Homofobia abrange tanto homens (gays) quanto mulheres (lésbicas) homossexuais. Não há nenhuma intenção de excluir as lésbicas. Trata-se de interpretações culturais diferentes do sentido da palavra.